Klaus Reichardt recebe o título de Cidadão Piracicabano

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Professor sênior do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena/USP) desde 2002, Klaus Reichardt recebeu, no último dia 4 de abril, o título de Cidadão Piracicabano.

Nascido em Santos, o professor foi homenageado pelo vereador Pedro Cruz, autor do projeto que foi entregue em solenidade realizada na Câmara de Vereadores de Piracicaba e que contou com a presença da diretora do Cena/USP, Tsai Siu Mui.

Desde 1958 em Piracicaba, quando iniciou os estudos na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP), de lá pra cá somou apenas seis anos longe da cidade, “numa conta simples, vivi mais aqui do que onde nasci”, disse.

“Essa cidade me deu tudo, nela encontrei minha esposa, minha ex-aluna Ceres (Pinto Viégas Reichadt), com quem tive três filhos (Roberto, já falecido, Gustavo e Fernanda), encontrei a Esalq, ajudei a fundar o Cena, e conheci meus muitos amigos”, disse após receber a honraria. Para ele, neste período da vida que chama de “juventude acumulada”, tornar-se agora piracicabano “acumula ainda mais responsabilidades”.

Desde a graduação se envolveu com a física nuclear na agricultura. Além de participar do inicio do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), atuou como chefe da “Seção de Solos e Irrigação” em divisão da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) com a Agência Internacional de Energia Atômica, com sede em Viena (Suiça). Foi responsável por pesquisas em âmbito mundial.

Professor titular aposentado do Cena, Klaus Reichardt é autor de vasto legado no estudo de água no solo, balanço hídrico de culturas agrícolas e uso de técnicas nucleares. Tem na produção acadêmica reconhecimento internacional, não apenas em livros e outras publicações (como revistas cientificas), mas também na orientação de pós-graduando.

Ao fim do discurso, o piracicabano Klaus Reichardt destacou a importância de se iniciar uma “campanha cerrada” para economia de água – “se cada pessoa economizar cinco litros de água ao dia, economizaríamos cerca de dois milhões diariamente na cidade”, disse – e também sugeriu a aprovação de uma lei que exija captação de água das chuvas e coleta de energia solar em novos empreendimentos imobiliários em Piracicaba.

Em nome da família, a filha Fernanda destacou o lado paterno do professor Klaus, “do meu herói de infância”, como ela definiu. “A história de um homem é sempre mal contada, ninguém segue uma única vida, todos se multiplicam em diversos e transmutáveis homens”, disse. “O meu pai não deixou escapar o amor pelos outros, pelo trabalho e a qualquer forma de vida”, acrescentou Fernanda.

Ela também lembrou da capacidade do pai para desenvolver o que chamou de “mosaico de aquarela” no intuito de ajudar o irmão, Roberto, que tinha problemas motores, a se desenvolver na pintura. E ressaltou o conselho de sempre. “Apaixone-se”, diz ele, sempre, “talvez por isso tenho coragem de estudar Direito Ambiental na mesma escolha em que minha mãe e meu pai estudaram”, destacou a filha, de maneira emocionante.

Ex-diretor da Esalq, o professor Roque Dechen também destacou que a vida e obra de Klaus são “fecundas”. “Aqui, nos relatos sobre a vida dele, escutamos diversas definições e colocações a seu respeito, ouvimos as palavras ‘amizade’, ‘familia’, ‘paixão pelo ensino’, ‘cidadania’, enfim, tudo que o retrata”, disse. O amigo Jorge Henrique da Silva recorda-se que, quando morava na Europa, Klaus vinha a Piracicaba e, quando retornava, sempre dizia “Piracicaba está linda”, “ele nunca deixou a cidade”.

Autor da homenagem, o vereador Pedro Cruz agradeceu ao professor Klaus Reichardt por ter ficado em Piracicaba, ter desenvolvido aqui os estudos e toda a vida acadêmica. “Eu fico imaginando quanta gente, quanto conhecimento, não tem mundo afora que foram adquiridos aqui em Piracicaba, a partir da atividade que o senhor exerceu de maneira tão brilhante na Esalq e também no Cena”, disse o vereador.

A reunião contou ainda com a participação do vereador Carlos Gomes da Silva e do ex-vereador José Otávio Machado Mentem. Na área cultural, a cantora Débora Letícia e o violonista Otiniel Aleixo, o Legal, apresentaram Madrugada piracicabana (de frei Marcelino de Angatuba) e Bachianas Brasileiras 5, de Heitor Villa Lobos.