O estudo científico sobre a modelagem de carbono no solo na cultura de cana-de-açúcar, desenvolvido com a participação do pesquisador do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena/USP), Carlos Cerri, conquistou o segundo lugar no 2º Prêmio Top Etanol, na categoria Trabalho Acadêmico.
O trabalho, encabeçado pelo pesquisador do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), Marcelo Valadares Galdos, comprova o benefício de se manter a palhada da cana-de-açúcar sobre o solo ao invés de queimá-la, e já foi publicado no periódico Soil Science Society of America Journal, com o título Simulation of Soil Carbon Dynamics Under Sugarcane With the Century Model.
Contemplado com um prêmio de R$ 3 mil, o estudo foi baseado em dados obtidos pelos pesquisadores em plantações de cana-de-açúcar com até 60 anos consecutivos de colheita sem queima. Também participaram do estudo Carlos Eduardo Cerri (Esalq/USP), Keith Paustian (Universidade do Colorado/EUA) e Rianto Van Antwerpen (Instituto de Pesquisa da Cana-de-açúcar da África do Sul).
A pesquisa conclui que, em longo prazo, sem a queimada a quantidade de carbono no solo aumenta de maneira significativa, gerando um impacto ambiental positivo. “Calibramos e validamos um modelo computacional com dados de plantações da África do Sul e das cidades de Goiana, Timbaúba (Pernambuco) e Pradópolis (São Paulo), para simular fluxos de carbono e nutrientes entre o solo, a planta e a atmosfera. Os resultados comprovam os benefícios de manter a palha sobre o solo”, explica Galdos, integrante do Programa de Sustentabilidade do CTBE.
Sobre o Prêmio Top Etanol, o pesquisador espera que seja útil para a divulgação dos benefícios do sistema de colheita sem queima. “Considero o prêmio uma oportunidade de divulgação da modelagem como ferramenta de avaliação de impacto ambiental, além de reforçar o valor da colaboração internacional na pesquisa. Os resultados demonstram que é possível manter e aumentar o carbono do solo com o manejo correto, removendo CO2 – um gás do efeito estufa – da atmosfera”.
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