Método alternativo usa vinhaça para degradar poluentes

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O laboratório de Ecologia Aplicada do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), da USP em Piracicaba, estuda a produção de enzimas na vinhaça para clarear efluentes provenientes da indústria têxtil. A degradação de produtos químicos que poluem a água por intermédio do metabolismo de organismos vivos já é uma tecnologia conhecida. O estudo do Cena testa a utilização da vinhaça, resíduo da produção de álcool de cana-de-açúcar. Tempo de incubação e a linhagem do fungo influenciam atividade das enzimas

 O processo é baseado no método de reciclagem de materiais orgânicos contidos na vinhaça, os quais são transformados em enzimas e biomassa (testada para produção de ração animal). As enzimas, produzidas pelos fungos crescidos no restilo, agem de forma a eliminar diversas substâncias poluentes contidas nos efluentes têxteis.    

 degradação de efluentes da indústria têxtil”, acrescenta. 

 

As pesquisas são promissoras e vêm mostrando que a matéria-prima extraída da vinhaça pelo desenvolvimento de fungos, quando combinada com resíduos têxteis, é capaz de descolorir e retirar as substâncias tóxicas desse tipo de efluente. “A eficiência dessas enzimas foi testada na descoloração e degradação do índigo com resultados promissores”, enfatiza Regina ao lembrar que esse corante, apesar de ser muito utilizado pela indústria têxtil, é difícil de ser tratado, estando presente em efluentes e lodo.

Segundo a professora, sistemas de tratamento de efluentes mal desenvolvidos, que não diminuem os excessos de resíduos, trazem sérios riscos à saúde humana e ao ambiente. “No laboratório de Ecologia Aplicada do Cena, trabalhamos em busca de processo de degradação da matéria orgânica, como a despoluição da água, por meio de processos biológicos”.

Há um ano em experiência, o desenvolvimento dessa pesquisa atestou a eficiência dos fungos como degradadores de compostos poluentes para tratamento de resíduos químicos. “Na presença de efluentes têxteis, as linhagens dos fungos Pleurotus mostraram-se capazes de descolorir e destoxicar. Uma vez dominada essa técnica, as enzimas podem substituir muitos produtos químicos nocivos ou perigosos, permitindo uma produção segura e ambientalmente correta, decorrente de uma ‘tecnologia limpa’”, conclui a professora.

Fonte: Agência USP de Notícias – www.usp.br

As enzimas são um tipo especial de proteína que aceleram as reações químicas. Além de serem encontradas em todos os organismos vivos, são totalmente biodegradáveis, o que confere ao seu uso uma produção segura e ambientalmente correta. “As enzimas podem substituir muitos produtos nocivos ou perigosos, uma vez que são decorrentes de uma tecnologia limpa”, afirma o engenheiro ambiental e mestrando Gleison de Souza, bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

A pesquisa no Cena utiliza a vinhaça, subproduto resultante da produção de álcool de cana-de-açúcar, para produzir enzimas que estão sendo aplicadas na degradação do corante índigo (o mais utilizado na indústria têxtil). Outra vantagem é que esse procedimento resulta no clareamento e na diminuição do odor do restilo.

Tratamento